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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

terça-feira, 3 de março de 2015

Encontro 07 | Sete Cidades | 01 Março 2015 #01

«Conta a lenda que há muitos, muitos anos, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades, existia um grande reino onde vivia uma jovem princesa de olhos azuis, muito bela e bondosa.
A princesa gostava muito da vida no campo e uma das suas actividades favoritas era passear pelos campos, sentindo o cheiro das flores, molhando os pés nas ribeiras ou apenas apreciando a beleza dos montes e vales que rodeavam o reino.
Um dia, durante um dos seus longos passeios, a jovem princesa passou por um prado onde pastava um rebanho. Ali perto, tomando conta do seu rebanho, estava um simpático pastor de olhos verdes, com quem a princesa decidiu conversar.
A princesa e o pastor falaram muito. Falaram dos animais, das flores, do tempo e de todas as coisas simples e belas que os rodeavam. Depois deste dia, os dois passaram a encontrar-se todos os dias para conversar.
Os dias e as semanas foram passando, e a princesa e o pastor encontravam-se todos os dias no mesmo lugar onde se tinham conhecido. Com o passar do tempo foram-se apaixonando e acabaram por trocar juras de amor eterno.
Mas a notícia dos encontros da princesa com o pastor acabaram por chegar aos ouvidos do rei, que não ficou nada satisfeito. Queria ver a sua filha casada com um príncipe de um dos reinos vizinhos e, por isso, proibiu-a de voltar a ver o pastor.
Por respeito ao pai, a princesa aceitou esta cruel decisão, mas pediu-lhe que a deixasse ir mais uma vez ao encontro do pastor para se poder despedir dele. Sensibilizado, o rei disse-lhe que sim.
A princesa e o pastor encontraram-se pela última vez nos verdes campos onde se conheceram… Mais uma vez, passaram o tempo a falar longamente sobre o seu amor e igualmente sobre a sua separação.
Enquanto conversavam choravam também.
E choravam tanto que as lágrimas dos olhos azuis da princesa correram pelo vale e formaram a lagoa azul; já as lágrimas dos olhos verdes do pastor caíram com tanta intensidade que formaram a lagoa de água verde.
Por fim, os dois amados despediram-se e as lágrimas choradas pela sua separação formaram duas lagoas que ficaram para sempre juntas - tal como os dois enamorados, nunca se poderiam unir, mas também nunca se iriam separar.
Uma é a Lagoa Azul, a outra é a Lagoa Verde: são chamadas de "Lagoas das Sete Cidades". Nos dias de sol mais brilhantes, as cores das duas lagoas são tão intensas que quase se consegue imaginar o olhar apaixonado do pastor dirigido para a sua princesa».

(Pilot G-TEC-C4, caneta de feltro e aguarela)                                                                                                                      «in situ» |

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